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Martes, 27 Mayo 2008 22:17

Cordeiro e vinho em Arapey

 por Danilo Ucha
Um excelente prato com carne de cordeiro foi degustado, na noite de 24 de maio, no restaurante do Arapey Thermal Resort & Spa, hotel cinco estrelas do grupo Sacramento Management, na estação de águas termais

 de Arapey, em Salto, no Uruguai, onde estive, em companhia de outros jornalistas brasileiros e uruguaios, numa viagem oferecida pelo ministério de Turismo do Uruguai, que está interessado em divulgar outras regiões do País, além de Montevidéu, Punta del Este e Piriapólis, visando atrair os brasileiros, principalmente os gaúchos, para conhecer suas belezas naturais. A viagem foi coordenada, com muita competência, por Maria Martha Aldunate de Thompson, representante do ministério para o Rio Grande do Sul, com a colaboração de Alejandro Malo, verdadeiro animador da jornada. O transporte foi em confortável ônibus da Gonzáles, o que tornou mais leve a viagem de quase mil quilômetros.

UM CORDEIRO
MUITO ESPECIAL

O cordeiro foi uma promessa da Martha Aldunate por eu ser membro da Confraria do Cordeiro em Porto Alegre. Era para ter sido assado em fogo de chão, num almoço na Estância San Nicanor, em Paysandu, mas um desencontro de horários acabou transferindo o ágape para o jantar de sábado à noite. Acho que todos saímos ganhando com a troca, pois, no hotel Arapey Thermas encontramos um excelente chef de cuisine, Martin Martinicorena, que abraçou a nossa idéia com entusiasmo e preparou um “Cordero asado a la naranja salteado em uma suave y delicada salsa de Jerez”, acompanhado por “puré de batata zanahoria, em colchón de vegetales al romero”. Traduzindo o nome do prato: “Cordeiro assado no forno ao suco de laranja, salteado na frigideira em suave e delicado molho de Jerez”, acompanhado por “purê de batata-cenoura, em colchão de vegetais ao alecrim.”

OS ALEGRES
COMENSAIS

O pessoal comeu que se lambeu. Estavam presentes, além de eu e minha mulher Maria Jair, os jornalistas brasileiros Aneti Behs, do NH, Gilberto Simões Pires e Lúcia Pedroso, do Ponto Crítico.com, Adriana Seibert de Oliveira, de A Razão (Santa Maria), Élio Angelino Bandeira Filho, do Correio do Povo, Maria da Graça Marques, do Diário Popular (Pelotas), Dirce Brasil Ferrari (Canal 20 Net), Erik Farina, do Jornal do Comércio, Alejandro Jorge Bohdan Malo (Canal 20 Net), Luiz Sérgio Jost e Ana Maribel Pacheco, da Revista Expansão (Novo Hamburgo) e Sâmia Carolina Frantz, de Zero Hora (Santa Cruz do Sul). Os jornalistas uruguaios que confraternizaram em torno do cordeiro foram Silvina Rocha, da agência Cuatromanos, Darío Queirolo, da Pasaporte Uruguay, Maria Shaw, da Rádio Carve de Montevidéu, Sergio Antonio Herrera, do Portal del Uruguay, Aléxis Moretti Varela, da Intendência de Salto.
Do ministério de Turismo y Deportes del Uruguay participaram Maria Martha Aldunate de Thompson, Mariella Volppe, coordenadora de Marketing no Brasil, Mônica Lozano, do planejamento do Turismo Termal, e Maria Hortênsia de Ambrosis Terra, do Consulado Geral do Uruguay em Porto Alegre.
Um dos responsáveis por conseguir o cordeiro, o gerente-geral do Arapey Thermal Resort & Spa, Aharon Gini, também participou do jantar e providenciou o vinho Don Pascual, de Juanicós, que harmonizou perfeitamente. Não lembro se participaram da festa os uruguaios Mario Kroeff Devicenzi, do Grupo Idom Consultores em Turismo, e Gabriela Reyes, gerente de Hospedagem do hotel, mas, em outros momentos, eles estiveram conosco.

A RECEITA DO CHEF
MARTIN MARTINICORENA

O cordeiro, partido em duas metades, fica 10 horas mergulhado em suco de laranja e azeite com alho, dentro do refrigerador. Depois de temperado com sal e pimenta, vai para um forno à lenha com 120 graus, banhado no suco da maceração.
De meia em meia hora – o pessoal não acreditou que me levantei à noite para fazer isso – é preciso virar as duas metades no forno. Em cada volta, banhar as peças com o azeite de alho. Assar durante três horas. Retirar. Dar mais um banho com o suco da maceração, cortar em pedaços menores e reservar.
As batatas-cenouras devem ser lavadas com casca e fervidas durante 40 minutos em fogo lento para que permaneçam inteiras. Retiradas da água, ficam a esfriar. Preparar uma manteiga com alecrim. Retirar a casca das batatas. Misturar a manteiga com alecrim na polpa da batata, por sal e pimenta.
Para decoração, cortar finas fatias de batata em aros, colocar em água gelada, retirar e deixar escorrer, fritar em azeite na temperatura média.
O colchão de vegetais deve ser escolhido pelo gosto do freguês, cortar em juliana fina, por sal e pimenta e saltear na frigideira com alecrim.
O molho de Jerez é o segredo. Reduzir o suco de laranja que sobrou da maceração com jerez. Obter um molho leve que será usado, na hora de montar o prato, para saltear as iscas de cordeiro na frigideira, não só para aquecer a carne, mas, principalmente, para conseguir um gosto maravilhoso.
Bom proveito!

 
Vinícola uruguaia de vinhos interessantes
Nesta viagem ao Uruguai, encontrei, na Parada Daymán, no Km 468,500 da Ruta 3, uma bodega que produz vinhos muito interessantes. É a Bertolini & Broglio, com pequena produção, de cinco mil litros por safra, mas feita com extremos cuidados de qualidade. Entre os tintos de Don Luiz Bertolini e Juan Pedro Broglio, estão tannats, merlots, cabernets sauvignons, carmenères e syrahs, cujas videiras, guiadas em espaldeira alta, dão origens a cachos de execlente maturação, com elevada concentração de pigmentos fenólicos, intenso sabor de fruta, taninos bem maduros e acidez equilibrada, o que se sente perfeitamente nos vinhos. Provei um tannat e um merlot, um pouco jovens, sem dúvida, mas excelentes promessas.
Nas variedades brancas, Bertolini e Broglio se destacam em sauvignon blanc, viogner e gewürztraminer, conduzidas em ramada, lenta maturação, que gera vinhos com equlibrada e agarda´vel acidez, alta concentração de compostos aromáticos e expressão plena do sabor varietal característico. Os vinhos são 100% varietais.
O tannat que provei, apesar de estar anoitecendo e a prova foi feita ao ar livre, diante da cantina, era vermelho intenso, púrpura com tonalidades violetas, lágrimas densas; no nariz, intenso, complexo, aroma de frutas vermelhas com uma frescura que lembrou a hortelã; na boca, forte mas agradável, grande concentração de frutas maduras, passas de ameixas e amoras, taninos redondos, acidez equilibrada, final persistente, retrogosto um pouco agressivo. É um vinho ideal, como todos os tannats uruguaios, para acompanhar carnes vermelhas, especialmente de gado Hereford, pratos de caça, como javali ou paca, massas com molhos vermelhos intensos, queijos fortes.
Bons os vinhos de Don Luis Bertolini e Juan Pedro Broglio.

http://Cordeiro&VinhoByUcha