facilidades de comunicação e de acesso à informação permitem hoje que o cidadão viaje mais e, mesmo ausente de sua base, continue encaminhando questões e resolvendo pendências profissionais e particulares. Esta possibilidade confere mais tranqüilidade e permite que o indivíduo prolongue mais suas férias ou mesmo seu fim de semana, sem comprometer vários dos compromissos assumidos e em execução.
Pesquisa divulgada no ano passado pelo Ministério do Turismo mostra, por exemplo, que o brasileiro está viajando mais pelo seu país e buscando cada vez mais conforto. Um detalhe: conforto não é luxo; é acesso dentre outras coisas - a recursos que lhe confiram tranqüilidade e paz para se ausentar de casa e do trabalho; é dispor de condições para se comunicar, ordenar, decidir e resolver problemas quando isso for necessário. Assim ele continuará sua viagem sem se angustiar com o que deve estar acontecendo lá.
A mesma pesquisa aponta que quatro entre 10 brasileiros fazem, pelo menos, uma viagem ao ano. Isso quer dizer que 74 milhões de brasileiros viajam anualmente. Outro detalhe: o carro próprio é o principal meio de viagem, preferido por 48,5% dos entrevistados. E por último: a procura por hotéis e pousadas cresceu 5% em relação a 2002.
Estes números nos levam a um setor da economia brasileira que vem despontando com grande potencial: o turismo rural. Em várias regiões brasileiras cresce o número de pousadas e hotéis-fazenda em propriedades rurais, uma atividade também classificada como diversificação do agronegócio convencional.
No entanto, em várias situações, o empreendedor não investe em recursos para que o hóspede possa viver o seu lazer sem se desplugar do mundo. A tecnologia disponível hoje permite que qualquer pousada ou hotel instalado no interior de Santa Catarina, em pleno Pantanal ou na Amazônia possa oferecer recursos básicos de comunicação e informação, como telefonia, televisão e Internet.
E não só oferecer isso durante sua viagem, mas também antes do momento dele se decidir para onde vai. O destino turístico rural que se antecipa e disponibiliza ao cidadão informações sobre condições de estradas de acesso, mapas dinâmicos, tempo, recursos hospitalares na região e recursos de comunicação que ele encontrará ao se hospedar, certamente sai na frente. E para as propriedades rurais que trabalham com turistas estrangeiros a maioria dentro do Pantanal, por exemplo este cuidado tem de ser redobrado. Quem não disponibilizar, ao hóspede, recursos tecnológicos para sua comunicação e informação será engolido pela concorrência.
E mais: o empreendedor do turismo rural que ainda tem certa ojeriza pela tecnologia, sobretudo pela informática e Internet, deve começar, de forma urgente, a rever seus conceitos. Sem conhecer a praticidade, a funcionalidade e a conveniência destes recursos, dificilmente ele compreenderá as necessidades de comunicação de sua clientela. É hora do empreendedor do também chamado agroturismo investir neste aprimoramento pessoal e em sua propriedade. Empresas aptas para prestar este serviço de assessoramento tecnológico existem nas principais regiões e cidades brasileiras.
No período de 01 a 03 de agosto, Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, sediará a 5ª. Feria Nacional de Turismo Rural a Feiratur 2008 que deverá ser um painel para esclarecer ao turista sobre quem está mais apto a recebê-lo. E nos painéis e palestras, certamente o assunto será abordado. A ligação do turismo com os processos de comunicação e informação é cada vez mais estreita em todo o mundo e mais necessária no turismo rural. O eventual isolamento geográfico deve ser compensado pela aproximação tecnológica. Torço para que a Feiratur 2008 consiga deixar isso patente e que sirva de alerta para todos os agentes envolvidos no setor.
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